Altruísmo

Explicamos o significado de altruísmo, a origem do termo e como são as pessoas altruístas. Além disso, o que é o altruísmo na biologia.

O que é o altruísmo?

Altruísmo é a vontade de algumas pessoas fazerem bem a outras, mesmo à custa do seu próprio bem-estar. Ou seja, chamamos de altruísta a alguém que se preocupa em dar aos outros de forma desinteressada, independentemente do fato de, ao fazê-lo, se estar a sacrificar a si próprio. Heróis, mártires e samaritanos são geralmente pessoas das quais esperamos um comportamento altruísta.

Este termo é emprestado da língua francesa, onde a palavra altruisme foi cunhada em 1851 na obra do filósofo e sociólogo francês Auguste Comte (1798-1857). É composto pelas palavras francesas autri (“aos outros”, “ao próximo”) e o sufixo -ismus (“doutrina”), para que possa ser entendido como “a doutrina do cuidado com os outros”. É, portanto, o antônimo de egoísmo.

Filosoficamente, existe um debate sobre se o altruísmo é natural para os humanos, sendo uma espécie cujo sucesso evolutivo reside precisamente na capacidade de operar em grupo e de cuidar uns dos outros.

Algumas posições psicológicas afirmam que sim, que a partir dos 18 meses de idade os seres humanos tendem a exibir este tipo de comportamento. Por outro lado, outras escolas de pensamento afirmam o contrário: que os seres humanos são egoístas e por isso precisam de um processo de educação para incutir neles os valores da generosidade e do altruísmo.

Não devemos confundir este uso da palavra altruísmo com o seu uso no campo da biologia, como veremos mais à frente.

Pessoas altruístas

As pessoas altruístas são aquelas que demonstram grande empatia, generosidade e vontade de ajudar os outros sem receber nada em troca, mesmo sacrificando parte do seu próprio bem-estar no processo. Assim, alguns exemplos de altruísmo são:

• Voluntários que dedicam tempo, esforço e o seu próprio dinheiro para ajudar os aflitos pelo infortúnio, tais como pessoas em condições de rua ou sobreviventes de alguma tragédia natural.
• Os dadores voluntários de sangue, que não recebem qualquer pagamento em troca, não têm outra satisfação a não ser ajudar a reabastecer as reservas de um hospital.
• Os enfermeiros e médicos que cuidam dos feridos na guerra, expondo as suas próprias vidas no processo.
• Os filantropos e patronos das artes e iniciativas sociais sem fins lucrativos, que dedicam parte da sua riqueza ao bem coletivo.

Altruísmo na biologia

Em biologia, o altruísmo é o comportamento de indivíduos (principalmente animais) que melhora a eficiência biológica de outro, apesar de reduzir a sua própria eficiência.

Ou seja, um comportamento em que um ser vivo facilita a sobrevivência de outro ou outros, apesar de se colocar em risco ou obrigação, e muitas vezes não ganhar nada ao fazê-lo. No entanto, estas dinâmicas biológicas não são vistas de um ponto de vista moral, e o animal normalmente não pretende “fazer o bem”, longe disso.

O altruísmo biológico pode ser dividido três tipos:

Altruísmo compelido, quando o indivíduo sofre uma perda direta e permanente de competências biológicas, em troca de um ganho indireto. Por exemplo, uma abelha que morre ao picar um intruso, mas em troca defende a colmeia e assegura a sobrevivência dos seus parentes genéticos.

Altruísmo facultativo, quando o indivíduo sofre uma perda direta e temporária de competências biológicas em troca de um ganho indireto no potencial reprodutivo. Por exemplo, algumas aves ajudam os seus progenitores a cuidar do seu ninho, mas quando estes morrem, elas herdam o seu território.

Altruísmo recíproco, onde o indivíduo sofre uma perda direta e temporária de competências biológicas em troca de um ganho indireto, mas com a expectativa de receber o mesmo benefício mais tarde. Por exemplo, os macacos retiram os piolhos uns aos outros, sempre na expetativa de mais tarde serem igualmente desparasitados pelos seus colegas, beneficiando-se assim uns aos outros.