Descrevemos o significado de Leviatã em diferentes religiões e mitologias. Além disso, por que Thomas Hobbes o usou como título da sua obra.
O que é Leviatã?
O Leviatã é uma criatura mitológica da tradição judaica e mitologia mesopotâmica, mencionada no Antigo Testamento bíblico e de referência comum no imaginário oculto e pseudo-religioso contemporâneo.
O seu nome vem do hebraico liwyatan, que se refere a algo torcido, enrolado ou girando sobre si mesmo, e era geralmente descrita como uma serpente marinha primigênia, com muitas cabeças, com feições de dragão, crocodilo ou mesmo baleia. Assim é descrita, por exemplo, na Bíblia: “Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, … e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar.” (Isaías 27:1).
É difícil traçar a origem dessa criatura fantástica, mas são conhecidas representações muito semelhantes na mitologia ugarítica, sob o nome de Lotan. Está presente em diferentes livros e hinos da Torá , em alguns casos sob o nome de Raab. Encontra-se também no Antigo Testamento bíblico, especificamente nos livros de Gênesis, Job, Isaías e Salmos, seja como um monstro aterrorizante que vive nas profundezas dos mares, seja como símbolo dos inimigos de Israel que serão executado por Deus.
O cristianismo reinterpretou o Leviatã como um demônio associado a Satanás ou Lúcifer, e seu nome acabou sendo usado no mundo moderno para se referir a monstros marinhos, especialmente na era da exploração marítima européia.
O Leviatã de Thomas Hobbes
O nome de Leviatã também foi utilizado no livro “Leviatã Ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil” (1651), escrita pelo filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) e considerada peça-chave no desenvolvimento do pensamento político moderno.
Escrito durante a Guerra Civil Inglesa, este livro usa o Leviatã como uma metáfora do Estado, baseado em seu enorme poder e soberania. Explica a origem do Estado e do direito no pacto de organização social, ou seja, no contrato social de que mais tarde falou o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
Hobbes explica na sua obra que a ausência do Estado engendraria uma guerra de todos contra todos e que, portanto, é necessária uma autoridade central forte para impor a ordem e mediar os conflitos humanos. Seria, portanto, de um “monstro” necessário.
O Leviatã de Hobbes é uma obra chave na ciência política, ciência jurídica, filosofia e até mesmo na criminologia.
Referências:
“Leviatã” em Wikipédia.
“Leviatã (Livro)” em Wikipédia.
“Thomas Hobbes” em Wikipédia.
“Leviatán, el monstruo de la Biblia” em MUY Historia (Espanhol).
“Leviathan (Middle Eastern mythology)” em The Encyclopaedia Britannica (Inglês).